A história da indústria automotiva

A história da indústria automotiva

O primeiro automóvel com capacidade para o transporte de pessoas data do século XVIII. Contudo, a produção em escala industrial do produto só começou no fim do século XIX pelas mãos de Henry Ford, grande nome não só do setor automotivo, mas que também influenciou toda a sociedade. Quer saber como a fabricação de carros começou no Brasil e no mundo? Acompanhe este artigo!  

A produção do automóvel em grande escala

O engenheiro Henry Ford também se dedicava a invenções com base no motor à gasolina. O estadunidense terminou a construção do seu primeiro carro em 1896. Se tratava de um quadriciclo com uma pequena máquina de autopropulsão. Na época, ele trabalhava para Thomas Edison, na Edison Illuminating Company. Edison se impressionou com a invenção de Ford e o apoiou, mas ele não foi o único.

Em 1899, o americano chegou a fundar duas empresas antes de construir seu nome. A Detroit Automobile Company, aberta em 1899, faliu dois anos depois. Na época, seus automóveis, além de caros e de baixa qualidade, demoravam muito para serem montados. No mesmo ano de 1901, Ford construiu um carro com potência de 26 cavalos, atraiu investidores e fundou a Henry Ford Company, que veio a se chamar Cadillac Automobile Company após sua saída.

A terceira empresa foi a Ford & Malcomson, que passou por dificuldades financeiras, trocou de nome para Ford Motor Company e criou um carro capaz de percorrer uma milha (1,6km) em 39,4 segundos. O recorde de 91,3 milhas por hora (146,9 km/h) foi batido pelo piloto Barney Oldfield, o que fez a marca ficar conhecida em todos os Estados Unidos.

Embora o feito fosse impressionante, o automobilismo não era o foco de Henry Ford, mas sim o uso dos carros no dia a dia por pessoas comuns. Sua invenção faria com que os automóveis deixassem de ser apenas para uso dos mais ricos.

O primeiro carro flex do mundo

O Modelo T foi lançado em 1908, custava U$ 825 e vendeu mais de dez mil unidades no primeiro ano. Uma das características marcantes era o volante à esquerda, acelerador de alavanca e a carroceria preta feita de madeira e aço. Suas rodas e altura foram projetadas para encarar a estrada de terra e os freios eram a tambor.

O Ford T é considerado o primeiro carro flex do mundo. Com potência de 17 cavalos, o carro era movido a gasolina e álcool, e podia atingir até 75 km/h. O modelo também se destacava por ser fácil de dirigir e de manutenção barata. Curiosamente, esse carro chegou a vencer em corridas.

O discurso de Henry Ford dizia que até mesmo seus operários poderiam ter um carro e, de fato, o que se conta é que o salário era um dos melhores no mercado. O modelo de trabalho, porém, foi muito criticado, considerado desgastante, maçante e repetitivo para os funcionários.

Fordismo

O aperfeiçoamento da linha de montagem, originalmente criada por Frederick Taylor (taylorismo), permitiu que o valor da produção de automóveis diminuísse cada vez mais, o que só aumentava as vendas. O Ford T chegou a custar cerca de U$ 350 e bateu recorde de 15 milhões de cópias produzidas.

Ao invés de uma única equipe produzir um carro completo, cada parte do projeto foi setorizado, tornando-o mais ágil, o que permitiu uma maior produção em menos tempo. Os chassis eram transportados pela fábrica por esteiras rolantes, e cada trabalhador tinha sua especialidade.

Esse processo foi aperfeiçoado ao longo dos anos e passou a ser adotado também por outras empresas durante o século 20. Além disso, foi por causa da produção de automóveis em grande escala que os países tiveram necessidade de ter ruas e estradas asfaltadas.

O primeiro automóvel no Brasil

Os registros históricos apontam que o primeiro carro a rodar no Brasil foi trazido pelo aviador Alberto Santos Dumont, que sempre foi encantado por novidades que envolviam a engenharia. Ele teria trazido da França um Peugeot modelo Tipo 3, que era movido a gasolina e se parecia com uma charrete.

O carro teria chegado pelo porto de Santos em 1891, no mesmo ano de lançamento do primeiro automóvel da Peugeot. Mas quem realmente o dirigiria seria seu irmão, Henrique. Já o primeiro carro emplacado no país teria sido do conde Francisco Matarazzo, em 1903.

Por serem um artigo de luxo até a década de 1910, somente os brasileiros mais ricos tinham condições de trazerem um carro da Europa. Por serem difíceis de dirigir, não era incomum que um motorista viesse junto para ensinar.

Não demorou muito, a paixão por automóveis se espalhou. Em 1908, era fundado o Automóvel Clube de São Paulo, responsável por organizar a primeira corrida de automóveis da América do Sul. Naquele ano ocorreu o “Circuito de Itapecerica”, com cerca de 70 quilômetros de percurso.

Pouco depois o Brasil começaria a produzir veículos em território nacional.

A indústria nacional

Foi em 1919 que o Brasil começou sua história na indústria automobilística. Fomos o segundo país da América do Sul a receber uma filial da Ford, depois da Argentina. A segunda montadora de veículos chegou ao país seis anos depois, a General Motors, em 1925.

Estima-se que em 1903 pouco mais de uma dezena de carros circulavam por São Paulo. Já em 1923, cerca de 30 mil veículos rodavam pelo Brasil. E esse número só cresceria com a política de incentivo do governo à produção nacional e os investimentos econômicos de empresas estrangeiras.

Com a Segunda Guerra Mundial o mercado de veículos no Brasil ficou defasado. Os esforços internacionais estavam voltados para a produção de veículos de guerra. O Brasil precisou lidar com a escassez de gasolina e falta de peças para carros e caminhões. O combustível foi substituído por gás de carvão (gasogênio) e surgiram novos produtores de autopeças.

Terminada a guerra, o Brasil passou a visar a importação de máquinas e matérias-primas, restringindo a importação de veículos prontos e autopeças. O plano de implantar uma indústria nacional, que começou com Getúlio Vargas, teve seguimento com Juscelino Kubitschek. Em 1956, JK criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), que definiu novas diretrizes para a criação da indústria automobilística, com oferta de incentivos fiscais.

A intenção era criar um verdadeiro parque industrial, com fabricantes e fornecedores de autopeças instalados no Brasil e uma infraestrutura que acompanhasse o progresso. Isso se tornou possível tanto com a inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1946, quanto com a Petrobrás, em 1953.

Esse cenário garantiu a chegada da Volkswagen, Mercedes-Benz e Willys-Overland. E em pouco tempo, quase a totalidade dos carros de passeio e caminhões seriam produzidos nacionalmente.

Invenções modernas no mundo dos automóveis

Fica difícil imaginar um carro sem volante, freio ou acelerador, não é mesmo? Durante a história dos automóveis, vários sistemas e componentes foram criados e aprimorados, sobretudo visando a segurança dos passageiros.

Conheça algumas invenções que revolucionaram a segurança dos automóveis e tiveram seu uso obrigatório por lei.

Cinto de três pontos: criado em 1959, pelo funcionário da Volvo, Nils Bohlin. Sua utilização se tornou obrigatória em 1997, pela Lei 9.503 do Código de Trânsito Brasileiro.

Airbag: o primeiro airbag foi projetado em 1952, pelo engenheiro estadunidense John Hetrick. Esse sistema passou por diversas adaptações e a versão frontal que usamos atualmente foi patenteada pela Mercedes-Benz em 1971, utilizada dez anos depois. O modelo de airbag lateral e de cortinas foi criado pela Volvo em 1994, assim como o de joelhos, dois anos depois. A Ford também colaborou com o airbag de cintos de segurança, implantado em 2009.

Em 2014 o uso do airbag duplo frontal em todos os veículos saídos de fábrica se tornou obrigatório pelo Conselho Nacional de Trânsito.

Freio ABS: foi em 1964 a primeira vez que esse sistema foi testado. A invenção de Robert Bosch foi aperfeiçoada por mais de uma década antes de ser lançada pelos Mercedes Classe S e BMW Série 7, ambos em 1978. Esse recurso também se tornou obrigatório a partir de 2014.

Controle de estabilidade: uma parceria entre a Mercedes Benz e a Bosch criou o controle de estabilidade (ESP) em 1992. Esse sistema continua sendo aprimorado e passou a ser obrigatório nos lançamentos de veículos a partir de 2020, no Brasil.

A indústria automotiva expandiu ao longo do tempo e os carros evoluíram bastante. Confira esta lista com outros acessórios para você equipar seu carro e deixá-lo ainda mais funcional e condizente com seu estilo de vida.